O Frigorífico da Farmácia e a sua importância na cadeia de frio

Sabia que o valor médio do stock armazenado num frigorífico de uma Farmácia é superior a 9.000€?

Além disso, uma escolha adequada é fundamental para salvaguardar a garantia de qualidade dos produtos entregues aos utentes.

Cadeia de Frio na Farmácia

A partir do momento em que um produto de frio chega à Farmácia, o mesmo tem de ser devidamente acondicionado de forma a garantir a sua estabilidade e eficácia. Este processo torna-se fundamental na cadeia do medicamento, assegurando que chega nas condições ideais ao momento da administração
e/ou disponibilização ao utente.

A cadeia de frio, em especial a fração que diz respeito à Farmácia Comunitária, pode facilmente ser colocada em causa devido a circunstâncias muitas vezes desconsideradas pelos profissionais de Farmácias e que podem ser evitáveis.
Uma das circunstâncias mais comuns é o recurso a equipamentos inapropriados, nomeadamente frigoríficos de uso doméstico ou profissional de outros setores (por exemplo hotelaria).

Frigoríficos domésticos: porque não são adequados na Farmácia?

Tipicamente, os frigoríficos de uso doméstico estão divididos no seu interior em compartimentos. Estes apresentam condições de frio de acordo com as necessidades dos diversos tipos de produtos alimentares.

Tal acontece porque, embora a temperatura adequada para a conservação de alimentos refrigerados seja entre 0 a 5 °C, as temperaturas de funcionamento de equipamentos de uso doméstico. Podem flutuar até aos 15 °C.

Deste modo, e de forma a manter a qualidade dos produtos no seu interior, são recomendadas zonas específicas para cada produto onde a temperatura é mais adequada. É necessário saber tirar partido destas variações de temperatura e adaptar a organização interna do equipamento. Um exemplo muito prático destaca-se logo na prateleira superior, que é o local com a temperatura mais elevada do frigorífico. Deste modo, recomenda-se que neste espaço sejam armazenados produtos já confecionados, mas que necessitam de ser refrigerados. Por oposição, a prateleira inferior é a zona mais fria, onde devem ser conservados alimentos crus. Este é o motivo para ser ali o local das gavetas dos frescos, desenhadas
especialmente para frutas e vegetais.

Exemplo de frigorífico para uso doméstico

Por outro lado, a porta é o local com temperatura mais instável, devido às sucessivas aberturas de porta e exposição ao ar exterior. Neste local, é recomendado armazenar apenas alimentos que necessitam de refrigeração após abertura e que conseguem resistir a estas flutuações de temperatura. Aqui encontramos normalmente bebidas ou molhos alimentares.

Os Frigoríficos de Medicamentos e Produtos de Saúde

O regime jurídico das Farmácias de oficina é muito claro ao atribuir a estas a responsabilidade de garantir as condições de conservação: “As Farmácias devem garantir o bom estado de conservação dos produtos.” Art. 34 ponto 2 e “As Farmácias devem dispor de instalações adequadas a garantir: a) A segurança, conservação e preparação dos medicamentos;” Art. 29 ponto 1 subalínea a). Deste modo, o que é válido para conservar produtos alimentares não se compadece com o armazenamento de medicamentos, vacinas ou outros produtos de saúde, que são muito mais delicados e sensíveis a flutuações de temperatura.

Exemplos de frigoríficos especializados para uso farmacêutico

De forma a garantirmos a estabilidade e eficácia dos produtos de frio na Farmácia é necessário que o armazenamento seja feito em condições ideais de temperatura (entre 2°C a 8°C) e garantir que essas condições se mantêm estáveis. É essencial que os frigoríficos de medicamentos possuam um sistema de controlo e registo de temperaturas, bem como alarmística (visual e/ou sonora em caso de porta aberta e/ou desvios de temperatura). Além disso, também é uma boa prática recorrer ao serviço de ensaio térmico, sendo que as recomendações técnicas apontam para que este seja realizado com uma cadência de 1 a 3 anos.

Se não for possível controlar e manter as condições acima descritas, são colocados em causa os produtos armazenados que, no limite, podem representar a quebra total do stock refrigerado. Por outro lado, e do ponto de vista de saúde pública, correr este risco é impensável para qualquer profissional de Farmácia. O correto armazenamento destes produtos de frio é, portanto, uma necessidade básica.

A norma DIN

A DIN, sigla de Deutches Instituit für Normung e.V. (em português Instituto Alemão para Normatização), é uma organização nacional alemã que representa a Organização Internacional para Padronização (ISO) no país. Os padrões técnicos da norma DIN garantem um elevado padrão de qualidade dos equipamentos, que se reflete diretamente na segurança do consumidor final. O facto de existir uma recomendação standard, permite que a indústria farmacêutica desenvolva vacinas e medicamentos tendo em conta as condições de armazenamento previstas pela norma, permitindo assim normalizar, quer o fabrico como o armazenamento.

Para o caso específico do armazenamento de vacinas e medicamentos, é utilizada a norma DIN 58345, que recomenda os requisitos básicos essenciais que os equipamentos devem ter. E, porque nem sempre tudo corre conforme previsto, estão também equipados com funcionalidades de segurança como por exemplo, alarmística em caso de falha de energia e desvios de temperaturas.

O que implica a norma DIN58345?

A norma DIN implica o cumprimento dos seguintes requisitos básicos:

  • Temperatura estável de funcionamento entre +2°C e +8°C
  • Equipamento preparado para utilização em temperaturas ambiente entre +10°C e +35°C
  • Emissão de ruído inferior a 60 dB(A)
  • Alarme visual e acústico para temperatura baixa/alta
  • Registo da temperatura de operação
  • Alarme visual e acústico em caso de falta de corrente durante pelo menos 12 h (com recurso a bateria interna)
  • Termostato de segurança para evitar temperaturas abaixo de +2°C
  • Capacidade de carga mecânica das prateleiras/gavetas de pelo menos 100 kg/m2
  • Fechadura de segurança

Em suma, a escolha do frigorífico adequado é fundamental para uma salvaguarda de garantia de qualidade dos produtos entregues aos utentes. É fundamental optar por soluções desenvolvidas especialmente para os produtos a armazenar, com garantias de fiabilidade e segurança.

Para otimizar a escolha de um frigorífico de Farmácia, deverá ser previsto qual o stock atualmente a armazenar, qual a fração escolhida para crescimento durante os anos seguintes, assim como o espaço de armazenamento suplementar para produtos com certa sazonalidade como são, desde logo, as vacinas contra a gripe.

O stock armazenado num frigorífico de Farmácia pode ascender facilmente a milhares de euros superando, na maioria das vezes, o valor do investimento no equipamento. Assegurar a proteção do stock é uma prioridade.

Referências

– Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, “Conservação dos Alimentos no Frio”​(https://www.asae.gov.pt/perguntas-frequentes1/conservacao-dos-alimentos-no-frio.aspx)​
– Manual de Farmácia Hospitalar​
– Decreto-Lei n.º 307/2007, O regime jurídico das farmácias de oficina ​
– DIN Standards (https://www.din.de/en/about-standards/din-standards)​

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