No cenário atual da Saúde em Portugal, as farmácias comunitárias têm assumido um papel cada vez mais estratégico e inovador na prestação de cuidados colaborativos e centrados no cidadão, conseguindo um acesso mais democrático e eficiente aos serviços de saúde.
Estas unidades tornam-se assim, cada vez mais, essenciais para a prevenção, diagnóstico precoce e a gestão contínua de doenças. As farmácias, muitas vezes o ponto de contacto mais próximo com os serviços de saúde para milhares de pessoas, possibilitam o acesso a cuidados clínicos de forma rápida e eficiente. Essa capilaridade ajuda a reduzir as desigualdades no acesso à Saúde em todo o país.
O contacto direto e recorrente entre o farmacêutico e a comunidade reforça esse vínculo, que é especialmente benéfico para a população com doenças crónicas ou necessidades de acompanhamento contínuo. A inclusão das farmácias nas campanhas de vacinação, programas de rastreio e em serviços de aconselhamento sobre condutas saudáveis, são passos fundamentais para ampliar a cobertura de serviços preventivos e reduzir a incidência de doenças crónicas.
A monitorização de pacientes diretamente nas farmácias pretende aliviar a carga sobre outras unidades de saúde, permitindo um acompanhamento próximo e personalizado, que resulta na melhor adesão ao tratamento e controlo da doença.
Um passo adicional e crucial para a consolidação das farmácias como parceiros essenciais no sistema de Saúde seria a sua inclusão formal no processo de referenciação para consultas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Dessa forma, as farmácias poderiam identificar necessidades de saúde mais complexas e encaminhar os utentes diretamente para as especialidades apropriadas, reduzindo filas e diminuindo barreiras de acesso ao sistema de saúde.
Esse modelo permitiria uma redistribuição de recursos, aliviando a carga sobre os centros de saúde e hospitais, ajudando a reduzir o tempo de espera para consultas especializadas. Os farmacêuticos podem ajudar na criação de um sistema de saúde mais eficiente.
Este ecossistema de colaboração contribui para o desenvolvimento de uma cultura de saúde preventiva em Portugal, onde o foco passa a estar na antecipação de doenças antes da sua evolução para estados mais graves e dispendiosos para o sistema.
É, por isso, imperativo que existam políticas públicas de incentivo e investimento contínuo na rede de farmácias, de forma a capacitar os profissionais e equipar os espaços farmacêuticos para um atendimento mais complexo e diversificado. Ao explorar o potencial das farmácias como ponto de referência para os cidadãos, Portugal caminha para um sistema de saúde mais inclusivo, eficiente e proativo, onde todos os cidadãos têm acesso facilitado e ágil aos cuidados de saúde de que necessitam.
A valorização do papel do farmacêutico, aliado ao uso de tecnologias modernas, tem o potencial de transformar substancialmente o setor. Ao atuarem como orientadores de saúde próximos de outros profissionais, os farmacêuticos podem contribuir para um atendimento mais integrado e eficaz.